“No mundo antigo, os
romanos e os gregos sempre pensaram que a alma residia no abdômen; apenas os
cristãos acreditavam que ela habitava o peito. As civilizações primitivas
ensinaram que a barriga é o centro do corpo e sua própria gravidade, mas o
cristianismo subverteu esse principio ao considerar o coração como o âmago do
homem”.
Peter
Greenaway
A
alimentação é um fenômeno plural, no qual se soma sabor, odor, cor, textura,
forma de cozimento e a fome propriamente dita.
É essencial
à sobrevivência dos seres vivos e no que se refere aos seres humanos, além do
fator biológico, está intimamente ligada à cultura. Cada país, região e grupos
sociais têm consumos alimentares diversos uns dos outros e isto os
particulariza.
Comer é um dos maiores prazeres da vida, não apenas
pela possibilidade de saborear e sentir os diversos paladares e aromas
envolvidos na culinária, mas porque envolve também uma amplitude de
emoções e sentimentos, além de valores culturais específicos.
É um prazer que
se inicia em tenra idade. Rompido o estado de simbiose com a mãe, é a
experiência da oralidade que possibilita ao bebê conhecer aos poucos o mundo
diferente de si mesmo. Assim sendo, a zona oral é simultaneamente a primeira
fonte de prazer, de alimentação e de conhecimento. (Freud, 1905)
Desde os primórdios o
comportamento alimentar do homem distinguiu-se dos animais, porque as refeições
sempre tiveram também função social. Comer e beber juntos continuamente atraiu
a humanidade. O banquete foi instituído como sinônimo de refeição coletiva, a
partir da divisão da caça recém-abatida.
Com a utilização do fogo para cozer os
alimentos, (por volta de 500 mil anos a.C.) as refeições grupais foram ainda
mais estimuladas: em volta da fogueira, o homem das cavernas reforçou a relação
com o seu grupo por meio da partilha dos alimentos.
Para
os antigos gregos, o jantar era antes de tudo a ocasião para se conversar,
ainda que a comida fosse frugal e o mais simples possível. "Nós não nos
sentamos à mesa para comer, mas para comer juntos", (Plutarco - ensaísta e
historiador grego).
Alimentar-se em grupo de modo fraternal tornou-se o sinal, por excelência, da identidade do núcleo familiar que se reúne em torno de uma mesa comum, seja pela presença física de todos os seus membros, seja por uma representação simbólica. A mesa adquiriu uma expressão comunitária, que não concebe o alimento como um prazer solitário, mas, ao contrário, demonstra toda a importância que as sociedades modernas, desde seus primórdios, atribuíram à dimensão coletiva da refeição.
O
território grego possui condições geográficas e climáticas que o torna sui
generis. A natureza foi benevolente com este trecho do planeta.
As quatro
estações do ano são poesia...
O sol da
primavera acaricia delicadamente a videira e a oliveira e doura o trigo,
preparando-o para a colheita. A chuva do outono amacia a terra para que ela
receba as sementes e a neve que derrete do pico das montanhas, rega a terra
trabalhada esperando a colheita.
O solo
grego oferece ao seu povo os seus frutos suculentos, com cores e aromas
variados.
Simultaneamente
a terra abraça o mar e seu rico mundo aquático.
É daí que
vêm os elementos utilizados na culinária grega, importantíssima na cultura do
país.
A mulher
grega moderna, apesar de nos últimos anos trabalhar fora de casa, ainda é dona
de casa e mãe. Como descendente da deusa Estia, protetora da paz e da
felicidade familiar, ela sabe muito bem que o amor pode começar no coração, mas
continua e se conserva no estomago.
É esta
máxima que faz com que a mulher grega se esmere com tanta técnica na arte de
cozinhar para sua família.
Ela abre
as portas de seu lar e recebe sua família, seus amigos e os amigos de seus
amigos, porque é genitora, alimenta, abraça, agasalha, protege e cuida.
Ao redor
da mesa grega corre a alegria, amizade, solidariedade, fraternidade e amor.
Aqui serão publicadas receitas de comidas gregas utilizadas no dia-a-dia da culinária
helênica.
Abriremos uma das várias portas existentes para que você penetre na cultura grega e na
fascinante magia que é cozinhar.
Bem-vindos!!!
Kalós orísate!

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