terça-feira, 6 de outubro de 2015

Culinária


“No mundo antigo, os romanos e os gregos sempre pensaram que a alma residia no abdômen; apenas os cristãos acreditavam que ela habitava o peito. As civilizações primitivas ensinaram que a barriga é o centro do corpo e sua própria gravidade, mas o cristianismo subverteu esse principio ao considerar o coração como o âmago do homem”.

Peter Greenaway


A alimentação é um fenômeno plural, no qual se soma sabor, odor, cor, textura, forma de cozimento e a fome propriamente dita. 

É essencial à sobrevivência dos seres vivos e no que se refere aos seres humanos, além do fator biológico, está intimamente ligada à cultura. Cada país, região e grupos sociais têm consumos alimentares diversos uns dos outros e isto os particulariza.

Comer é um dos maiores prazeres da vida, não apenas pela possibilidade de saborear e sentir os diversos paladares e aromas envolvidos na culinária, mas porque envolve também uma amplitude de emoções e sentimentos, além de valores culturais específicos.

É um prazer que se inicia em tenra idade. Rompido o estado de simbiose com a mãe, é a experiência da oralidade que possibilita ao bebê conhecer aos poucos o mundo diferente de si mesmo. Assim sendo, a zona oral é simultaneamente a primeira fonte de prazer, de alimentação e de conhecimento. (Freud, 1905)

Desde os primórdios o comportamento alimentar do homem distinguiu-se dos animais, porque as refeições sempre tiveram também função social. Comer e beber juntos continuamente atraiu a humanidade. O banquete foi instituído como sinônimo de refeição coletiva, a partir da divisão da caça recém-abatida. 

Com a utilização do fogo para cozer os alimentos, (por volta de 500 mil anos a.C.) as refeições grupais foram ainda mais estimuladas: em volta da fogueira, o homem das cavernas reforçou a relação com o seu grupo por meio da partilha dos alimentos.

Para os antigos gregos, o jantar era antes de tudo a ocasião para se conversar, ainda que a comida fosse frugal e o mais simples possível. "Nós não nos sentamos à mesa para comer, mas para comer juntos", (Plutarco - ensaísta e historiador grego).

Alimentar-se em grupo de modo fraternal tornou-se o sinal, por excelência, da identidade do núcleo familiar que se reúne em torno de uma mesa comum, seja pela presença física de todos os seus membros, seja por uma representação simbólica. A mesa adquiriu uma expressão comunitária, que não concebe o alimento como um prazer solitário, mas, ao contrário, demonstra toda a importância que as sociedades modernas, desde seus primórdios, atribuíram à dimensão coletiva da refeição.

O território grego possui condições geográficas e climáticas que o torna sui generis. A natureza foi benevolente com este trecho do planeta.

As quatro estações do ano são poesia...

O sol da primavera acaricia delicadamente a videira e a oliveira e doura o trigo, preparando-o para a colheita. A chuva do outono amacia a terra para que ela receba as sementes e a neve que derrete do pico das montanhas, rega a terra trabalhada esperando a colheita.

O solo grego oferece ao seu povo os seus frutos suculentos, com cores e aromas variados.

Simultaneamente a terra abraça o mar e seu rico mundo aquático.

É daí que vêm os elementos utilizados na culinária grega, importantíssima na cultura do país.

A mulher grega moderna, apesar de nos últimos anos trabalhar fora de casa, ainda é dona de casa e mãe. Como descendente da deusa Estia, protetora da paz e da felicidade familiar, ela sabe muito bem que o amor pode começar no coração, mas continua e se conserva no estomago.

É esta máxima que faz com que a mulher grega se esmere com tanta técnica na arte de cozinhar para sua família.

Ela abre as portas de seu lar e recebe sua família, seus amigos e os amigos de seus amigos, porque é genitora, alimenta, abraça, agasalha, protege e cuida.

Ao redor da mesa grega corre a alegria, amizade, solidariedade, fraternidade e amor.

Aqui serão publicadas receitas de comidas gregas utilizadas no dia-a-dia da culinária helênica.

Abriremos uma das várias portas existentes para que você penetre na cultura grega e na fascinante magia que é cozinhar.


Bem-vindos!!!

                                                           Kalós orísate!

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