terça-feira, 6 de outubro de 2015

DH - Dentista hoje

Maria Lucia Zarvos Varellis: a odontologia brasileira não deixa nada a desejar em qualidade

Maria Lucia Zarvos Varellis, cirurgiã-dentista, conselheira e secretária-geral do Crosp














Conselho Regional de Odontologia de São Paulo – Crosp, autarquia federal que representa mais de 100 mil profissionais da saúde bucal, sendo 75 mil cirurgiões-dentistas, tem atuação destacada na fiscalização do exercício profissional e na supervisão do fiel cumprimento do Código de ética da odontologia e das resoluções, decisões e normas relativas à atividade.
Outra preocupação constante da entidade é com a qualidade da formação profissional, um dos temas abordados na entrevista a seguir, concedida à Dentista Hoje pela cirurgiã-dentista Maria Lucia Zarvos Varellis. Graduada pela Universidade de São Paulo – Usp e especialista em odontologia para pacientes com necessidades especiais, ela exerce também as funções de conselheira e de secretária-geral do Crosp.
Dentista HojeAinda são poucos os cirurgiões-dentistas que detêm título de especialização. Por que razão isso acontece?
MLZV: Num universo de 251.619 cirurgiões-dentistas em todo o Brasil, dos quais 77.624 estão em São Paulo, 83.386 são especialistas, sendo que em São Paulo são 21.221, segundo dados do Cfo em outubro de 2013. Portanto, não podemos dizer que há um pequeno número de profissionais especialistas, uma vez que, como se pode observar, 33,13% desse universo sãoespecialistas em uma das 19 áreas reconhecidas pelo Cfo.
Há que se observar que a Odontologia hoje possui uma demanda de profissionais generalistas, para suprir a necessidade do Brasil Sorridente, programa do governo federal que inseriu o cirurgião-dentista no programa deSaúde da família. Em nosso Estado foi criado o programa “Sorria São Paulo”, que inicialmente contemplou 199 e hoje totaliza 303 municípios, aumentando dessa forma o número de Equipes de saúde bucal dentro do programa de Saúde da família, e que, da mesma maneira que no programa do governo federal, carece também dos generalistas, com a visão sistêmica do paciente. Acreditamos que o fator custo seja uma das barreiras quando o quesito analisado no perfil do profissional é o curso de especialização.
DHQue ações o Cro desenvolve para estimular o aperfeiçoamento e elevar continuamente o nível dos dentistas brasileiros?MLZV: Os Conselhos regionais de odontologia e o Conselho federal têm como atuação precípua fiscalizar o exercício profissional e zelar pela ética nas relações entre profissionais e com o profissional e a sociedade. Temos feito anualmente o programa e concurso “A Saúde Bucal”, que, em sua 10ª edição no estado de São Paulo e 4ª na capital, visa à conscientização e orientação da criança sobre o valor da saúde bucal. Esses cerca de 4 milhões de estudantes funcionam como multiplicadores, levando informações para mais de 12 milhões de pessoas, se considerarmos pelo menos mais três de seu entorno. Além disso, trabalhamos em peças publicitárias divulgadas pela Rede Globo de televisão, que, por meio de suas 121 coligadas, veiculou mais de 9 mil inserções sobre saúde bucal. Acerca do programa de Prevenção do câncer bucal, distribuímos mais de 24 milhões de folders nos pedágios das principais estradas paulistas, alertando para a importância da prevenção e do autoexame para detecção de lesões bucais potencialmente malignas. Essas peças incluem dizeres como: “O cirurgião-dentista preocupado com a saúde bucal da população”, mostrando que, além da saúde, nos preocupamos com o lado humano e social. A luta contra oaviltamento profissional praticado pelas operadoras de planos de saúde também é uma realidade e o Crosp tem tomado medidas em conjunto com o Cfo e os Regionais de todo o país para fazer valer a leivalorizando os procedimentos e buscando impedir abusos como glosas lineares e uso indiscriminado do RX, entre outros.

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