segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Odontologia

Pacientes com Necessidades Especiais: A crescente demanda de uma população ainda carente de profissionais.

O panorama nacional no que diz respeito à Saúde Bucal ainda revela desigualdade e incoerência.

Ao analisarmos a estatística fornecida pelo Ministério da Saúde, podemos constatar que num país  com cerca de 230 mil cirurgiões-dentistas e 183,9 habitantes – o equivalente a 1:836 pessoas, 30 milhões ainda são desdentados. 

Outro dado importante é o de que 31% da população com rendimento familiar mensal de até um salário mínimo nunca teve a oportunidade de submeter-se a uma consulta odontológica, contrastando com a faixa de 20 salários, em que apenas 3% não teve acesso a este tipo de serviço.

De acordo com os dados do primeiro levantamento nacional de saúde bucal realizado dentro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, em 2003, 15,9% dos brasileiros nunca foi a um consultório odontológico, sendo que esta parcela está distribuída com 81,8% em menores de 5 anos, 22,1% de 5 a 19 anos e 6,3% de pessoas com mais de 64 anos.

Este quadro vem sofrendo grandes alterações, uma vez que o país avançou muito na prevenção e no controle da cárie em crianças na última década, embora a situação de adolescentes, adultos e idosos está entre as piores do mundo.

Dentro do universo  da população brasileira estão os Pacientes com Necessidades Especiais. E as políticas do Ministério da Saúde lançaram um olhar diferenciado para esta parcela de indivíduos que corresponde a aproximadamente 10% do total de habitantes.

Por esta razão foi elaborado um Protocolo de Atendimento Odontológico ao Paciente com Necessidades Especiais, por iniciativa do coordenador nacional de saúde bucal, Gilberto Pucca Jr, que será publicado e distribuído para todo o Brasil, com a finalidade de orientar os atendimentos na baixa, média e alta complexidade do SUS.

Recentemente o Ministério da Saúde publicou a portaria n° 1.032 de 5 de maio de 2010, que “Inclui procedimento odontológico na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses e Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde – SUS, para atendimento às pessoas com necessidades especiais”.

Desta forma, gradativa e ordenadamente, estima-se melhorar a qualidade de atendimento e promoção de saúde para uma parcela da população tão carente de tratamento e promoção de saúde como um todo, nesta matéria a odontológica, em especial.

O Brasil conta hoje com 560 especialistas na área, distribuídos de forma heterogênea, sendo 181 em São Paulo, sendo os restantes distribuídos pelos outros estados do Brasil. (www.cfo.org.br)

Destaca-se o Projeto de Lei nº 2.776/2008, que torna obrigatória a presença de um cirurgião-dentista na UTI. Esta abertura de campo de trabalho torna a especialidade ainda mais carente de profissionais aptos e exercê-la com excelência. 


Abordar de maneira global esta especialidade tão carente de especialistas é uma forma de despertar a consciência de quem milita na área para a urgente necessidade de união.

O objetivo de nossas ações deverá ser sempre o benefício dos pacientes e suas famílias, devolvendo qualidade de vida, inserindo e reinserindo seres humanos no contexto familiar e social, por meio de uma atuação correta e segura. 

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