quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A força da mulher!



No princípio éramos apenas parte de Adão - a Costela.

Talvez porque as Costelas sejam o arcabouço do tórax, que abriga dois pulmões e um coração, vitais para a sobrevivência, Deus tenha escolhido uma parte nobre do esqueleto para criar a mulher.

Do barro saímos.

Veio então a possibilidade do estudo. Surge no Brasil, em 1827, a primeira legislação relativa à educação de mulheres; a lei admitia meninas apenas para as escolas elementares, não para instituições de ensino mais adiantado. Em 1879 o Governo Brasileiro abriu as instituições de ensino superior do país às mulheres; mas as jovens que seguiam esse caminho eram sujeitas a pressões e à desaprovação social.

Assumimos a posição dos homens nas frentes de batalha do pós-guerra. O óbito ou a mutilação fizeram com que as mulheres assumissem os negócios, em busca da sobrevivência da família.

Antes, porém, das frentes de batalha, em 1908 trabalhadoras de uma fábrica têxtil de Nova York, declararam greve. Para a incineração foi apenas mais um passo. Lutando por uma jornada de trabalho de 10 horas e direito à licença maternidade, 129 mulheres viraram cinzas, quando o dono da indústria trancou-as no interior da mesma e mandou atear fogo, no dia 8 de março.

Mas foi com a possibilidade do voto, que as mulheres foram ganhando mais força, conquistando o direito de eleger seus governantes. Um direito obtido por meio do Código Eleitoral Provisório, de 24 de fevereiro de 1932, mas uma conquista incompleta., uma vez que o código permitia apenas que mulheres casadas (com autorização do marido), viúvas e solteiras com renda própria pudessem votar. O voto passou a ser livre a partir de 1934 e obrigatório em 1946.

Já não nos satisfazia apenas o aprendizado de bordado e culinária, de puericultura e piano, queríamos mais e fomos para a universidade, optando por uma carreira profissional, que garantisse a sobrevivência e um pouco mais de liberdade.

E a presença da mulher nas universidades ganha força no século XX.

Chegamos à engenharia civil, passando pelo direito, economia, medicina e administração, áreas antes essencialmente destinadas aos homens.

A vida abriu-se num feroz carrossel.

Rapidamente ocupamos os espaços que eram possíveis de serem ocupados.

De repente já éramos não mais apenas o sexo frágil, as parideiras de uma grande prole, para a qual dedicávamos incansáveis, cada segundo de nossas vidas. Éramos também cirurgiãs-dentistas, médicas, juízas. Passamos a ter colocações e vencimentos antes nunca imaginados.

Mas ainda era pouco. Não apenas abandonamos as trincheiras do pós-guerra e ganhamos a formação profissional, o direito ao voto e a remuneração justa, mas passamos a caminhar lado a lado com o homem em cenários nunca antes imaginados – até chegar à Presidência da República, uma realidade no Brasil e em outros países.

Quando pensamos em Joana D´Arc (ano 1412), Santa Cristina (ano 300), Santa Apolônia (ano 248), exemplos de mulheres que sofreram torturas até chegar à morte, por defenderem o direito de expressar suas opiniões, constatamos efetivamente que o mundo mudou.

Longe de querer transformar este pequeno texto num discurso feminista, quero sair em defesa da mulher. O pulo do gato da história aí está: apesar de todos estes avanços, ela continuou mulher.

Ela se perfuma para seu amado, aninha a cria em seu regaço, administra seu lar com maestria, prepara a refeição e a coloca sobre a mesa e regozija-se ao ver a família em torno dela reunida para se deliciar, com as crianças gargalhando, depois da sua jornada de trabalho, de ter cuidado da casa, não antes de ter choferado as crianças e ter feito as compras do supermercado.

Esta mulher plural, multifacetada, capaz de realizar inúmeras tarefas ao mesmo tempo, profissional, mãe, esposa, filha, companheira, botão em flor que brota e desabrocha a cada amanhecer, esta mulher é você!


Este texto é especialmente dedicado a você, mulher encantadora, que com sua arte e ciência empresta graça, elegância e competência à Odontologia.



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