terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A lenda do fundo do mar





Era uma vez um caramujo que vivia no fundo do mar.

A água era muito fria e o local escuro, já que a profundidade não permitia que o sol chegasse até lá.

A correnteza da água faziam com que ele rolasse de um lado para outro nas areias escuras, batendo nas pedras, algas, peixes, estrelas e esponjas do mar e solitário e protegido na sua carapaça mineral, nada via e nada percebia.

A mesma correnteza trazia nutrientes que garantiam a sobrevivência do caramujo, sempre dentro da concha.

Um dia, houve um maremoto que impulsionou o caramujo para a superfície e uma onda carregou-o para a orla.

Silencioso ali permaneceu, recebendo o calor dos raios de sol.

Vagaroso, arriscou colocar suas antenas  para fora da concha e começou a perceber o mundo...

Descobriu a luz, a areia clara, o céu azul, os pássaros e a tranqüilidade fora do mar, sem aquelas águas revoltas.

E ele foi feliz. E foi tão feliz, que extasiado com a felicidade deixou-se ficar parado naquele local, desfrutando o bem que agora descobrira.

Ouvia o gorjeio dos pássaros, o som das ondas quebrando, sentia o cheiro da maresia, a brisa quente, o perfume das flores, a textura da areia branca e quente.

Mas... de repente, uma onda grande quebrou e a água novamente recolheu o caramujo e levou-o para o fundo do mar.

E no silêncio e na escuridão que sempre viveu, passou o resto de seu tempo lembrando do sol, do céu, dos pássaros e da felicidade que um dia conheceu. 

Este texto ilustra de maneira metafórica como a falta de movimento pode prejudicar a qualidade de vida dos seres humanos.

Muitas vezes permitimos que nosso eixo  esteja fora de nós mesmos, quando na verdade ele  se encontra dentro do nosso peito.

Não podemos perder o contato com a nossa essência, pois é ela que nos dá a direção do caminho a seguir e de onde encontrar a fonte de satisfação para atingirmos os tão almejados momentos de realização e felicidade.

Encerro com uma frase que ouvi em resposta a um comentário que fiz na festa de 15 anos de uma jovenzinha que conheci quase ontem, com apenas 3 meses.

- “Puxa, a vida passa muito depressa...parece ontem que ela usava fraldinhas”.

- “Não é a vida que passa depressa, somos nós que caminhamos muito devagar”.


Esta frase impregnou-se em mim e desde então, procuro estar atenta à velocidade que imponho aos movimentos da minha vida. 

E você, a quantos quilômetros por hora tem andado e em qual direção? 

Onde colocou seu eixo e as metas para atingir a sua realização pessoal? 

Acelere o passo enquanto há tempo e faça acontecer!



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