Vivemos no mundo sensível, onde
cada conceito vem impregnado de emoções, sentimentos, valores e estado de
espírito de cada um. Nele tudo é
instável e variável, e cada pessoa se apega a um aspecto de aparência transformando-o
em sua verdade.
Há porém, um outro mundo, o supra-sensível ou
inteligível, que existe de forma mais efetiva, sendo o verdadeiro mundo real.
Para Platão, estes
dois mundos embora separados, estariam relacionados; as coisas sensíveis seriam sempre imperfeitas, como numa
imitação. Exemplo disto é o artista que
pinta em suas telas a natureza, mas esta representação é imperfeita; isso
explicaria porque o mundo sensível é variado e em constante mutação, porque
cada representação vem impregnada da interpretação de quem a representa.
Assim, no mundo sensível o homem poderia conhecer as idéias, como quem se lembra do modelo de que foi tirada a cópia. Mas, no mundo supra-sensível a alma reconheceria as idéias, porque participa do mundo inteligível.
Conhecer, seria na verdade reconhecer, lembrar de idéias que foram contempladas pela alma na sua essência, mas esquecidas por causa do apego do corpo às coisas sensíveis. O despertar da alma para o mundo inteligível se faz pelo AMOR.
Assim, no mundo sensível o homem poderia conhecer as idéias, como quem se lembra do modelo de que foi tirada a cópia. Mas, no mundo supra-sensível a alma reconheceria as idéias, porque participa do mundo inteligível.
Conhecer, seria na verdade reconhecer, lembrar de idéias que foram contempladas pela alma na sua essência, mas esquecidas por causa do apego do corpo às coisas sensíveis. O despertar da alma para o mundo inteligível se faz pelo AMOR.
Enquanto no mundo sensível o amor
é carnal e deseja um corpo belo, no mundo supra-sensível a alma passa a desejar
a própria Beleza e o conhecimento
da sua ideia.
E o que pode haver de mais belo para o intelecto senão a verdade absoluta de todas as coisas ?
E o que pode haver de mais belo para o intelecto senão a verdade absoluta de todas as coisas ?
Pensando sobre estas coisas,
lembrei-me de uma passagem bíblica, Mateus, 7:12 a qual fala sobre o Amor. "Tudo o que vocês desejam que os outros
façam a vocês, façam também a eles. Pois nisso consistem a Lei e os
Profetas."
Há pouco tempo submeti-me a uma
prova, da qual constava uma redação. O
tema proposto foi: "A Ética". Sem maiores explicações. Diante do papel, me mantive quieta, enquanto
minhas idéias fervilhavam... A liberdade
na escolha do aspecto a ser abordado, permitiu que eu voasse para fora das dimensões
do mundo sensível.
Assim, voei longe e me abstive de
analisar o aspecto sensível da ética,
variável de acordo com as circunstâncias e pontos de vista, para pensar no sentido inteligível da Ética, ou seja o absoluto.
Estaríamos nós, vivendo o conceito
da Ética contemplada por nossa
alma anteriormente, ou é o da imitação, do mundo sensível, variável de acordo
com os sentimentos e pontos de vista de cada um, que tem direcionado nossos
passos?
Pode um princípio absoluto ter várias formas de assimilação, interpretação e compreensão?
Pode um princípio absoluto ter várias formas de assimilação, interpretação e compreensão?
Ética, pressupõe LIBERDADE - no sentido amplo
filosófico -, num mundo de todas as possibilidades, que deve ser exercida com responsabilidade e respeito a princípios absolutos que regem a ordem universal. Me
refiro ao sentido absoluto da Ética, que independe do segmento
avaliado ou do avaliador, aquele que apenas É, e que por SER numa esfera maior, ordena todos os
outros em esferas menores.
ÉTICA é VERDADE ABSOLUTA,
JUSTIÇA, Liberdade e PAZ.
É preciso nos revestirmos de
CORAGEM para reconhecer VALORES ABSOLUTOS, quando a ideia do mundo sensível está
tão impregnada nos homens, ditando CONDUTAS, das quais ao tentarmos nos
desvencilhar, somos apontados por ousarmos ser diferentes.
Só estaremos desvinculados do apego do corpo às coisas sensíveis, quando reconhecermos que todo conhecimento já foi experimentado pela alma e que conhecimento é sinônimo de verdade.
Só estaremos desvinculados do apego do corpo às coisas sensíveis, quando reconhecermos que todo conhecimento já foi experimentado pela alma e que conhecimento é sinônimo de verdade.
A
Ética é o próprio AMOR que
faz cumprir o versículo de Mateus - "Tudo o que vocês desejam que os
outros façam a vocês, façam também a eles". AMOR, regendo a orquestra da
vida, com harmonia e delicadeza.
Platão ilustra o Amor que
deseja a Verdade por meio
da alegoria da Caverna,
que
abre o Livro VII de A República:
"Havia uma caverna, na qual
muitos homens encontravam-se acorrentados de modo que só lhes era permitido
olhar para as paredes escuras. Atrás
deles, havia uma fogueira cuja luz projetava na parede sombras obscuras - a
única realidade para esses homens. Um
deles conseguiu escapar um dia e fora da caverna teve sua visão ofuscada pela
intensa luz solar. Ao se acostumar,
porém, à claridade viu a verdadeira e bela realidade: o mundo inteligível. Maravilhado, não podia deixar de voltar à
caverna e contar aos seus companheiros a sua descoberta. Mas, eles não o compreenderam, ouviram, riram
e depois mataram-no."
Aquele que reconhece a verdadeira
realidade tem a missão de AMOR de
retornar à caverna, mesmo que não seja compreendido.


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