terça-feira, 13 de outubro de 2015

O Tarot e a Saúde


" O fundamental ante o Taro é uma atitude de disponibilidade tão despojada de superstição como de cepticismo”- Cousté

Não se pode falar em tarot, sem a atitude de disponibilidade que a máxima de Cousté se refere. Não se pode em falar em conhecimento holístico, na busca de terapias alternativas, sem que haja receptividade. 

O crivo mental severo, é uma forte barreira a um conhecimento abrangente, tornando a busca demasiadamente estratificada; a mente racional não pode abraçar a imensidão de conhecimento que se deve alcançar de alguma maneira para que possamos nos considerar íntegros ou integrados, à natureza. Há que se sentir ao invés de racionalizar.

O tarot é usado desde há muito como um processo de adivinhação. Um processo dentre tantos para adivinhar as condições pessoais e os aspectos favoráveis para o futuro. “Cada carta é um conjunto pictórico de alguns princípios ou leis da vida. Elas exercem influência sobre a personalidade humana, porque a linguagem natural do inconsciente coletivo é um simbolismo pictórico (D’Agostini)”.  


Por essa assertiva já se percebe que a função básica do tarot  é o estudo do comportamento humano e a sua manipulação adequada nos leva a ter uma visão detalhada do ser humano e dessa maneira, por processos que os Arcanos ajudam a determinar, levar o indivíduo ao equilíbrio psíquico...à saúde. 


Vale dizer que o seu uso sem o conhecimento adequado nos leva a um jogüinho de cartas comum. E é o que deve ser feito por aqueles que preferem o superficial  ao profundo.
São 78 cartas dividindo-se em duas partes: Os Arcanos Maiores, 22 e os Menores, 56. Os Arcanos Maiores apresentam diversos tipos de relações. A principal (por ser mais usada, não por ser mais importante), é a divisão binária, onde há uma seqüência dórica, ou masculina, de 1 a 11 e outra jônica, ou feminina, de 12 a 22, dispostas de maneira que o Arcano 1 seja oposto ao 22, o número 2 ao 21 e em seqüência até o 11º ficar oposto ao 12º. Essa divisão foi feita por um autor chamado Oswaldo Wirtz.

Gostaria de dar um exemplo para elucidar diretamente o que quero dizer com uma visão de comportamento do consulente.

Uma pessoa cujo Arcano principal é o 11, é um indivíduo especial, não pode encarar os seus problemas de frente, pois pode se petrificar quando esses se apresentam então usa diversos artifícios. Essa é uma característica do número 12, que é o Arcano ao qual se opõe (e complementa). De fato, uma profissão excelente para os que tem esse binômio 11-12 (A Força e O Enforcado) é a de ator. 


O número 11 é um arcano que incorpora o autoconhecimento. A imagem da carta é uma donzela abrindo a boca de um leão, o que vale dizer que a verdadeira força vem do interior, vem com a suavidade e isso só ocorre quando as pessoas conseguem conhecer os seus inúmeros “eus” e equilibrá-los. 


O exercício do autoconhecimento, sem a suavidade necessária, pode despertar rapidamente esses "eus" (número 12) e levar a um sério desequilíbrio. Isso é comum nos usuários de droga. Quem tem o Arcano 12 muito forte em sua vida, tem tendências a fugas em drogas, religiões (os Arcano 12 são os beatos do sistema), trabalhos, etc. Um aspecto bem negativo do 12 é a esquizofrenia. No caso do ator, exemplo profissional citado, o personagem pode dominar o ator de uma maneira obsidiante.

Mas, a coisa vai mais longe. Um recurso auxiliar de um eventual tratamento de quem sofre de uma cisão de personalidade pode ser tanto um psicólogo – o número 3, que é a soma do número 12 (1+3) e o de seu complemento -  processo de análise (número 20 – que é a soma de 1+1), como também do próprio número 2 (1+1), que se refere ao exercício de contemplação, ponto inicial dos exercícios de meditação. Isso nos leva a seu oposto que é O Mundo, número 21 (voltamos ao 1+2), justamente a imagem especular do Enforcado. Este análise, aquele síntese.

A intenção é afirmar que o tarot pode e deve ser usado com sucesso como auxiliar de tratamento de saúde, desde que seja feito com seriedade e profundidade. 


Dizer que quem tem como égide o Arcano 5 (O Papa) deve ter problema de fígado, pode ser correto – e o é na maioria das vezes – mas não fornece saídas para a pessoa. Há que se usar as cartas para conseguir meios para que a pessoa possa sair do aparente beco sem saída que seus hábitos o levaram. E isso é possível. E isso deve ser feito.

Mas, tudo com respeito e criatividade, pois – “Somos capazes de ler um alfabeto, mas incapazes de ler uma imagem. É o triunfo da letra morta sobre a imaginação. O próprio do simbolismo é permanecer indefinidamente sugestivo: cada um verá o que seu olhar permite perceber. (Oswaldo Wirtz)”.

Lutemos portanto exaustivamente para vermos o que é melhor para todos nós. Para isso não devemos usar apenas a mente. O Tarot nos estimula a exercitar nossa sensibilidade.

Dica:  As diversas abordagens, através de diferentes caminhos na busca de compreender o universo que é o Homem, tem algo em comum: a sensibilidade de quem analisa, seja qual for o método empregado, na intenção maior que é  encontrar um real caminho de ajuda para quem a necessita. Faça um exercício. Contemple, ouça o silêncio, ouça sua respiração, perceba seus batimentos cardíacos, sinta o seu cheiro, reconheça-se. É no exercício do reconhecimento de nós mesmos que nos tornamos cada vez mais capazes de perceber e respeitar o outro.





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