Uma dieta equilibrada contribui para manter a
boca saudável
Se você ainda é uma daquelas
pessoas para quem uma boa
higiene da boca depende exclusivamente
do uso da escova, pasta e fio
dental, prepare-se para dar uma reciclada
em seus conhecimentos a partir
da utilização do conceito dos alimentos
funcionais.
Muito se sabe, atualmente,
sobre os benefícios para a saúde de um
indivíduo e de sua atuação específica
em alguns órgãos do corpo humano.
A novidade agora é que os nutrientes
que ingerimos a cada refeição também
atuam na melhoria da saúde bucal.
De acordo com Marcelo Monazzi,
especialista em cirurgia e traumatologia
bucomaxilofacial da Unesp de
Araraquara, diversos alimentos colaboram
para a promoção e manuten-
ção da saúde bucal, tanto do ponto
de vista sistêmico, isto é, aqueles que
darão o suporte nutritivo para a forma-
ção das estruturas dentais e do sistema
estomatognático (elementos que fazem
parte das funções: fonação, mastigação, respiração e deglutição), quanto do
ponto de vista local, em que os resíduos
alimentares agirão de maneira positiva
ou negativa dentro da boca da pessoa
que ingeriu esse alimento. “Já na gesta-
ção a dieta da mãe deve incorporar
alimentos ricos em sais minerais, cálcio
e vitaminas A e D, pois dessa forma a
mãe estará ajudando no desenvolvimento
saudável das estruturas bucais
do seu filho”, acrescenta Monazzi.
Alimentos hipercalóricos, que na
maioria são de consistência mole e
pastosa, favorecem a instalação da cárie
e de doenças na gengiva. Já os mais rígidos,
secos e fibrosos tendem a melhorar
a saúde bucal.
Proteínas, verduras,
legumes e frutas, por exemplo, são
alimentos que não causam cárie e ainda
geram substâncias necessárias para a
formação de dentes fortes. As verduras
e frutas ajudam, ainda, no desenvolvimento
das estruturas ósseas e musculares
do processo mastigatório, pois, em
virtude da sua consistência, promovem
o “exercício” necessário para uma mastigação
correta, além de agirem como
uma espécie de “detergente” ao limpar
a superfície do dente. Em contrapartida,
as balas, chocolates e refrigerantes são
prejudiciais, já que os açúcares favorecem
a liberação de ácidos e contribuem
para o início dos processos cariosos.
Desde o nascimento
Para Maria Lucia Zarvos Varellis,
pós-graduada em Ortopedia Funcional
dos Maxilares com ênfase em Reabilitação
Neuroclusal, com a modernidade
e os alimentos cada vez mais
moles, assiste-se hoje a uma geração
que necessita de expansão óssea, por
causa da falta de estimulação. “Todos
os indivíduos deveriam nascer de parto
normal.
A mandíbula está retroposicionada
para facilitar a passagem do
bebê pelo canal vaginal. Assim que ele
começa a mamar no peito da mãe, a
mandíbula e seus condilos são estimulados
pelo movimento de ordenha das
mamas, o que favorece o crescimento
ósseo e traz a mandíbula para a posição
correta em relação ao crânio.
Se a via de
alimentação escolhida for a mamadeira,
este estímulo não vai ocorrer”, explica.
Varellis salienta ainda que “todos os
alimentos exigem do sistema estomatognático
uma função adequada que
colaborará para a saúde bucal.
Os brasileiros
têm como alimentação básica o
feijão e o arroz, o que torna a mastiga-
ção escassa e impede a ação enzimática
e consequente absorção do nutriente”.
Para ilustrar o assunto, a especialista
citou o caso de uma criança de quatro
anos de idade com mordida cruzada
anterior e que, com a simples introdu-
ção no cardápio de meia espiga de milho
cozido ao dia, conseguiu reverter o
processo em aproximadamente um mês.
O segredo para manter a boca
sempre saudável é, portanto, fazer uma
dieta equilibrada sem comer alimentos
em demasia, mesmo aqueles que agem
em prol da saúde bucal; e não esquecer
de utilizar, após as refeições, todos
os produtos que estamos acostumados
para fazer a higiene da boca.
Aproveite,
então, cada alimento que consumir
e tire o melhor proveito dele.
Fonte: http://www.abramge.com.br/portal/files/revista/Rev211.pdf


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