O ser humano é único e
indivisível e traz consigo um universo exclusivo de crenças, valores, anseios e
frustrações.
Os profissionais da saúde são
pessoas que devem “gostar de gente”, da relação com o outro, da observação, da
escuta carinhosa, do acolhimento, para que possa perceber este universo que
cada um representa e, portanto, realizar uma abordagem condizente e tratamento
seguro e integral.
Partimos de um modelo de promoção
de saúde hipocrático, que entendia o indivíduo como um todo único e indivisível
e a evolução nos trouxe o modelo newtoniano-cartesiano que fragmentou o homem.
Este passou a ser visto como um conjunto de engrenagens, que quando não
funcionavam de forma ideal, “seriam reparadas” por um profissional
especializado naquele sistema, o que levou os profissionais a buscarem cada vez
mais a superespecialização e as tecnologias de última geração, para melhor
atender a este paciente.
O que temos observado com
frequência é que este modelo vigente de promoção de saúde não tem atendido as
necessidades dos pacientes. Pesquisas realizadas em vários países tem
demonstrado que o paciente não está feliz com o tratamento frio e impessoal,
imposto pela falta de tempo e pela tecnologia high-tech.
Eles dizem que avaliam a
qualidade dos profissionais que os atendem pela capacidade que estes demonstram
em ouvir suas queixas, pela forma como são acolhidos e referem ainda a importância
da capacidade que estes têm em controlar a dor. Não podemos deixar de levar em
consideração que o paciente é constituído de corpo-espírito-mente. Não há como
dissociar um do outro e, portanto, essa unidade é que deve ser acolhida, quando
busca auxílio ou tratamento.
É preciso humanizar a relação profissional.
Humanização é ofertar atendimento de qualidade,
articulando os avanços tecnológicos com acolhimento, melhoria dos cuidados e
das condições de trabalho dos profissionais. É compreender angústias, dúvidas,
medos e CUIDAR do paciente.
É também: Aperfeiçoar conhecimentos e valorizá-los;
Respeitar a si e ao outro; Prestigiar relações visando o bem-estar geral;
Compreender e aliviar a dor e atender as queixas físicas e emocionais; Ter
tempo para conversar com o outro; Não economizar nas palavras, informar sobre a
doença, sentimentos e tratamento; Respeitar a privacidade do paciente e
compreender a importância de oferecer suporte emocional a ele; Oferecer boas
condições de trabalho ao profissional de saúde; Repensar as questões de base,
as grades curriculares, inserindo matérias que estimulem a retomada deste olhar
hipocrático de promoção de saúde.
A formação na área da saúde deve contemplar uma
visão antropológica do ser humano, uma formação que vai muito além dos métodos,
das técnicas e da ciência pura.
No caso de pacientes com necessidades especiais
este olhar humanizado é imprescindível para um bom diagnóstico e tratamento.
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