domingo, 13 de março de 2016

Humanizando a Relação




O ser humano é único e indivisível e traz consigo um universo exclusivo de crenças, valores, anseios e frustrações.

Os profissionais da saúde são pessoas que devem “gostar de gente”, da relação com o outro, da observação, da escuta carinhosa, do acolhimento, para que possa perceber este universo que cada um representa e, portanto, realizar uma abordagem condizente e tratamento seguro e integral.

Partimos de um modelo de promoção de saúde hipocrático, que entendia o indivíduo como um todo único e indivisível e a evolução nos trouxe o modelo newtoniano-cartesiano que fragmentou o homem. Este passou a ser visto como um conjunto de engrenagens, que quando não funcionavam de forma ideal, “seriam reparadas” por um profissional especializado naquele sistema, o que levou os profissionais a buscarem cada vez mais a superespecialização e as tecnologias de última geração, para melhor atender a este paciente.

O que temos observado com frequência é que este modelo vigente de promoção de saúde não tem atendido as necessidades dos pacientes. Pesquisas realizadas em vários países tem demonstrado que o paciente não está feliz com o tratamento frio e impessoal, imposto pela falta de tempo e pela tecnologia high-tech.

Eles dizem que avaliam a qualidade dos profissionais que os atendem pela capacidade que estes demonstram em ouvir suas queixas, pela forma como são acolhidos e referem ainda a importância da capacidade que estes têm em controlar a dor. Não podemos deixar de levar em consideração que o paciente é constituído de corpo-espírito-mente. Não há como dissociar um do outro e, portanto, essa unidade é que deve ser acolhida, quando busca auxílio ou tratamento.

É preciso humanizar a relação profissional.

Humanização é ofertar atendimento de qualidade, articulando os avanços tecnológicos com acolhimento, melhoria dos cuidados e das condições de trabalho dos profissionais. É compreender angústias, dúvidas, medos e CUIDAR do paciente.

É também: Aperfeiçoar conhecimentos e valorizá-los; Respeitar a si e ao outro; Prestigiar relações visando o bem-estar geral; Compreender e aliviar a dor e atender as queixas físicas e emocionais; Ter tempo para conversar com o outro; Não economizar nas palavras, informar sobre a doença, sentimentos e tratamento; Respeitar a privacidade do paciente e compreender a importância de oferecer suporte emocional a ele; Oferecer boas condições de trabalho ao profissional de saúde; Repensar as questões de base, as grades curriculares, inserindo matérias que estimulem a retomada deste olhar hipocrático de promoção de saúde. 

A formação na área da saúde deve contemplar uma visão antropológica do ser humano, uma formação que vai muito além dos métodos, das técnicas e da ciência pura.

No caso de pacientes com necessidades especiais este olhar humanizado é imprescindível para um bom diagnóstico e tratamento.


E então, você está preparado para se reinventar?

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