Às margens do Rio Piedra eu sentei e chorei...
Quando li este livro de Paulo Coelho, meditei sobre a diferença que faz um sim ou não, em determinado momento da vida. Pensei na minha vida. Em quantas vezes disse sim e não e na repercussão que cada uma destas escolhas tiveram no meu script.
Já pensou nisto? Como seria a vida, se fosse outra vida? Quais e quantas opções desprezamos, por acreditar que o caminho escolhido é imutável?
Jamais saberemos uma vez que não vivemos outras histórias, que não arriscamos tirar os pés da trilha escolhida.
Covardia?
Segurança?
Ousadia?
Destemor?
Seja lá o que tenha sido, foi. E nossos dias, que temos feito deles?
Um eterno vai e vem de atos engessados, cuja mudança torna-se inexequível? Correr riscos? Faz de conta que é um sequestro, vem comigo e esquece o resto!
A vida é um mistério que jamais poderá ser desvendado.
Vida vem e vida vai, maré, movimento, espuma branca, sal de lágrimas, água de riso, assim é a vida.
Esperanças, desventuras, começo, fim, recomeço, vento, turbulência, frio, calor, sereno, orvalho da manhã, incenso, camomila, orégano, sálvia, azeite, pedra, madeira, aço, borracha, azul, branco, verde, amarelo, companhia, solidão, ética, segurança, ave, sol, estrela, lua, dia, noite, perfume. Vida, simplesmente, vida???
Muito pouco para tanto esforço.
Filme sem roteiro, escrito segundo a segundo, novidade, incerteza, dúvida, folha de almaço branca, escrita com tinta forte, sem rascunho.
Nanquim, ferro e fogo na carne crua, marca de gado, cheiro de queimado, joelho ralado, tombo na areia, no asfalto, salto de pára-quedas.
Que importa a forma? Marca. Vida.
Cada instante deve ser vivido com intensidade. Abandonei a nau da minha vida ao sabor da maré, confiei meu barco ao seu destino, não fiz força. Entreguei, confiei, coloquei-me à disposição da causa maior.
Assim foi que surgiu a inspiração e a condução para o que deveria ser feito, a satisfação do tempo vivido, o amor humano - toda sua beleza e plenitude, a sorte dos sentimentos que animaram meu ser e me proporcionaram a realização das coisas, com ordem e harmonia.
Permitir que minha nau flutuasse ao bel prazer da maré do meu destino, me fez encontrar o caminho. Uma trajetória intrigante...meu contato diário e intenso com a magia e a solidão, permitiu-me aceitar os desígnios, ainda que não os compreendesse.
O destino... que destino é esse?
Que me
traz e me leva, que me dá, me mostra, me grita e me recoloca, depois de me
tirar daqui e dali.
Seja feita vossa vontade, assim na
Terra como no Céu...


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