Conceituar o homem são, é o
primeiro passo para compreender a
doença.
"Saúde é o bem estar físico,
psíquico e social", de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
O homem é um conjunto de órgãos e
sistemas que devem funcionar harmoniosamente. Paciente Especial é aquele no
qual esta harmonia foi rompida, materializando desta forma a doença.
O paciente
especial faz parte do dia-a-dia da clínica odontológico.
Os motivos
que o tornam especial são inúmeros e vão desde doenças hereditárias, defeitos
congênitos, até as alterações que podem ocorrer ao longo da vida, entre elas as
moléstias sistêmicas, alterações comportamentais e o envelhecimento.
Não são um
grupo restrito e nem sempre identificável pelo aspecto físico, por isso o
cirurgião-dentista deve estar apto a identificá-lo para proporcionar-lhe um
atendimento odontológico integral e seguro.
Para isto, é fundamental
remontar a história do paciente através da anamnese, para bem classificá-lo. Este
conjunto de perguntas fornecem pistas de qual é e onde está localizado o
problema que pode ocorrer em nível físico, intelectual, social ou emocional.
Identificado o desequilíbrio,
traça-se o plano de tratamento adequado para o tipo de doença que acomete o
paciente. O tratamento poderá envolver uma equipe multidisciplinar, composta de
médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos, etc, de acordo com a necessidade do paciente.
Retomando a assertiva de Maffei,
que diz que "há indivíduos com aspecto de saúde e no entanto
doentes", é importante destacar o fato de que especial não diz respeito apenas ao indivíduo mal formado; o
aspecto de normalidade pode disfarçar doenças sistêmicas crônicas, que requerem
adequação do tratamento odontológico.
Como tratar pacientes hipertensos,
hepatopatas, diabéticos, soropositivos, oncológicos, renais crônicos,
paralíticos cerebrais, deficientes mentais, idosos, gestantes? Pacientes com
os quais nos deparamos diariamente em nossas clínicas, e que tem a sobrevida cada
vez maior, em função da evolução dos tratamentos médicos.
É preciso retomar a idéia do TODO para
perceber o paciente integralmente, conhecer as reações orgânicas, avaliar as
complicações advindas da evolução de cada moléstia, de forma que a atuação do
cirurgião-dentista não agrida e devolva a este organismo já debilitado pela
doença, a saúde e função do sistema estomatognático.
"Uma compreensão real forma a base para a superação da
ansiedade e do medo. O entendimento erradica o medo. Quando ao anoitecer,
alguém sai para um passeio através dos campos e repentinamente no nevoeiro,
discerne a figura de um homem em pé no caminho adiante, é tomado pelo susto e
medo. Então, vem a descoberta de tratar-se apenas de um arbusto. Aliviado,
respira novamente tranqüilo, o coração se acalma. Tão logo haja reconhecido o
fenômeno tal qual é, o medo do desconhecido é eliminado - a pessoa pode cair em
si e encarar a situação com serenidade."
Bernard Lievegoed em O Homem no Limiar


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