O panorama
nacional no que diz respeito à Saúde Bucal ainda revela desigualdade e
incoerência.
Ao
analisarmos a estatística fornecida pelo Ministério da Saúde, podemos constatar
que num país com cerca de 270 mil
cirurgiões-dentistas e 200,4 milhões de habitantes, 30
milhões ainda são desdentados.
Outro dado importante é o de que 31% da
população com rendimento familiar mensal de até um salário mínimo nunca teve a
oportunidade de submeter-se a uma consulta odontológica, contrastando com na
faixa de 20 salários, em que apenas 3% não teve acesso a este tipo de serviço.
De acordo
com os dados do primeiro levantamento nacional de saúde bucal realizado dentro
da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, em 2003, 15,9%
dos brasileiros nunca foi a um consultório odontológico, sendo que esta parcela
está distribuída com 81,8% em menores de 5 anos, 22,1% de 5 a 19 anos e 6,3% de
pessoas com mais de 64 anos.
Este quadro
vem sofrendo grandes alterações, uma vez que o país avançou muito na prevenção
e no controle da cárie em crianças na última década, embora a situação de
adolescentes, adultos e idosos está entre as piores do mundo.
A
Odontologia tem sido tratada com muito carinho pelo governo federal, que tem
desenvolvido ações preventivas para uma atuação minimamente invasiva.
O
Programa Brasil Sorridente é uma prova concreta desta afirmativa. As Equipes de
Saúde Bucal implementadas pelo SUS nos CEOs (Centros de Especialidades
Odontológicas), atendem, cada uma delas 1.000 famílias. Contamos hoje com um total
de 16.552 equipes responsáveis pelo atendimento de 80 milhões de brasileiros e
há que se admitir que uma nova realidade vem sendo delineada para a Saúde Bucal
no Brasil.
Dentro do
universo que compõe a população
brasileira estão os Pacientes com Necessidades Especiais. E novamente, as
políticas de saúde do Ministério da Saúde lançaram um olhar diferenciado para
esta parcela de indivíduos que corresponde a aproximadamente 45 milhões de
habitantes.
.
Desta forma,
gradativa e ordenadamente, estima-se melhorar a qualidade de atendimento e
promoção de saúde para uma parcela da população tão carente de tratamento e
promoção de saúde como um todo.
O Brasil
conta hoje com 560 especialistas na
área, distribuídos de forma heterogênea, sendo 181 em São Paulo e o restante distribuído pelos outros estados do Brasil.
Devemos
destacar o Projeto de Lei nº 2.776/2008, de autoria do Deputado Federal Nilton
Mulim, que torna obrigatória a presença de um cirurgião-dentista na UTI, o
Projeto de Odontologia Hospitalar no Estado de São Paulo que tem seu piloto
sendo desenvolvido no Hospital Mário Covas, e
a Portaria nº 1.032 que inclui procedimento odontológico na tabela do SUS para
pacientes com necessidades especiais em ambiente hospitalar. Esta abertura de campo de trabalho torna
a especialidade ainda mais carente de profissionais aptos e exercê-la com
excelência.
Abordar de
maneira global esta especialidade tão carente de especialistas é uma forma de despertar a consciência de
quem milita na área para a urgente necessidade de união e altruísmo. O objetivo
de nossas ações deverá ser sempre o benefício dos pacientes e suas famílias,
devolvendo qualidade de vida, inserindo e reinserindo seres humanos no contexto
familiar e social, por meio de uma atuação correta e segura.


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