segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Pacientes com Necessidades Especiais: A crescente demanda de uma população ainda carente de profissionais.


O panorama nacional no que diz respeito à Saúde Bucal ainda revela desigualdade e incoerência.

Ao analisarmos a estatística fornecida pelo Ministério da Saúde, podemos constatar que num país  com cerca de 270 mil cirurgiões-dentistas e 200,4 milhões de habitantes, 30 milhões ainda são desdentados. 

Outro dado importante é o de que 31% da população com rendimento familiar mensal de até um salário mínimo nunca teve a oportunidade de submeter-se a uma consulta odontológica, contrastando com na faixa de 20 salários, em que apenas 3% não teve acesso a este tipo de serviço.

De acordo com os dados do primeiro levantamento nacional de saúde bucal realizado dentro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, em 2003, 15,9% dos brasileiros nunca foi a um consultório odontológico, sendo que esta parcela está distribuída com 81,8% em menores de 5 anos, 22,1% de 5 a 19 anos e 6,3% de pessoas com mais de 64 anos.

Este quadro vem sofrendo grandes alterações, uma vez que o país avançou muito na prevenção e no controle da cárie em crianças na última década, embora a situação de adolescentes, adultos e idosos está entre as piores do mundo.

A Odontologia tem sido tratada com muito carinho pelo governo federal, que tem desenvolvido ações preventivas para uma atuação minimamente invasiva. 

O Programa Brasil Sorridente é uma prova concreta desta afirmativa. As Equipes de Saúde Bucal implementadas pelo SUS nos CEOs (Centros de Especialidades Odontológicas), atendem, cada uma delas 1.000 famílias. Contamos hoje com um total de 16.552 equipes responsáveis pelo atendimento de 80 milhões de brasileiros e há que se admitir que uma nova realidade vem sendo delineada para a Saúde Bucal no Brasil.

Dentro do universo  que compõe a população brasileira estão os Pacientes com Necessidades Especiais. E novamente, as políticas de saúde do Ministério da Saúde lançaram um olhar diferenciado para esta parcela de indivíduos que corresponde a aproximadamente 45 milhões de habitantes.
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Desta forma, gradativa e ordenadamente, estima-se melhorar a qualidade de atendimento e promoção de saúde para uma parcela da população tão carente de tratamento e promoção de saúde como um todo.

O Brasil conta hoje com  560 especialistas na área, distribuídos de forma heterogênea, sendo 181 em São Paulo e o restante distribuído pelos outros estados do Brasil.

Devemos destacar o Projeto de Lei nº 2.776/2008, de autoria do Deputado Federal Nilton Mulim, que torna obrigatória a presença de um cirurgião-dentista na UTI, o Projeto de Odontologia Hospitalar no Estado de São Paulo que tem seu piloto sendo desenvolvido no Hospital Mário Covas, e a Portaria nº 1.032 que inclui procedimento odontológico na tabela do SUS para pacientes com necessidades especiais em ambiente hospitalar. Esta abertura de campo de trabalho torna a especialidade ainda mais carente de profissionais aptos e exercê-la com excelência. 

Abordar de maneira global esta especialidade tão carente de especialistas  é uma forma de despertar a consciência de quem milita na área para a urgente necessidade de união e altruísmo. O objetivo de nossas ações deverá ser sempre o benefício dos pacientes e suas famílias, devolvendo qualidade de vida, inserindo e reinserindo seres humanos no contexto familiar e social, por meio de uma atuação correta e segura.


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